“Gente Grande”, dirigido por Dennis Dugan, é um desses raros encontros cômicos que consegue, ao mesmo tempo, provocar risadas e despertar uma certa reflexão sobre a amizade e o passar do tempo. Estrelado por um quinteto de peso com Adam Sandler, Kevin James, Chris Rock, David Spade e Rob Schneider, o filme navega pelas águas da nostalgia e do humor com uma habilidade que merece reconhecimento, embora não seja isento de tropeços.
No coração de “Gente Grande” está a história de cinco amigos que se reúnem após a morte de seu treinador de basquete do ensino médio. O cenário escolhido para esse reencontro é uma casa à beira do lago durante o feriado de 4 de julho, criando o palco perfeito para a mistura de memórias da infância com as realidades da vida adulta. Essa premissa, embora não inovadora, é o terreno fértil para o desenvolvimento de situações cômicas que se apoiam fortemente nas dinâmicas entre os personagens.
Dennis Dugan, cuja colaboração com Sandler tem sido longa e frutífera, apresenta um trabalho que, embora seguro, raramente se aventura além das fórmulas estabelecidas da comédia mainstream. O ritmo do filme é consistente, mantendo o público engajado, mas muitas vezes peca por se apoiar demais no carisma de seu elenco, em vez de explorar novas possibilidades narrativas ou aprofundar o desenvolvimento dos personagens.
O humor em “Gente Grande” é um campo minado de acertos e erros. Há momentos genuinamente engraçados que capturam a essência das interações entre amigos de longa data, mas esses são frequentemente intercalados com piadas que recorrem a um humor mais baixo e previsível. Esse balanço entre o humor refinado e o vulgar pode ser desconcertante, embora haja um charme indiscutível na forma descompromissada como o filme se apresenta.
Os personagens, apesar de serem interpretados por atores com um histórico comprovado de performances excelentes, muitas vezes parecem limitados por um roteiro que privilegia o riso fácil em detrimento de uma construção mais aprofundada. Isso não tira o mérito das atuações, mas deixa uma sensação de que havia mais a ser explorado nas relações e nas histórias individuais de cada personagem.
Visualmente, “Gente Grande” não tenta reinventar a roda, mas faz bom uso de seu cenário, capturando a beleza natural e a tranquilidade de uma casa à beira do lago, que serve como um contraponto interessante ao caos cômico dos personagens. Essa escolha de locação não apenas enriquece a estética do filme, mas também adiciona uma camada de contraste entre a serenidade do ambiente e a agitação das interações humanas.
No final das contas, “Gente Grande” se firma como um filme que, embora não revolucione o gênero da comédia, oferece uma experiência divertida que se apoia fortemente na nostalgia e no carisma de seu elenco. É o tipo de filme que, apesar de suas falhas, pode ser uma escolha acertada para quem busca entretenimento leve e momentos de descontração.
Filme: Gente Grande
Direção: Dennis Dugan
Ano: 2010
Gêneros: Comédia
Nota: 8/10