Ao Portal 6, especialista explicou as condições que geram esse cenário no mercado de trabalho anapolino
Davi Galvão –
Se, por um lado, são diversos os anapolinos que buscam uma oportunidade de emprego, do outro, são várias as empresas que, apesar de anunciaram incansavelmente o quadro de vagas, não conseguem encontrar candidatos.
Levando em conta este quadro bastante paradoxal que a cidade se encontra, o Portal 6 foi atrás de uma especialista na área, para poder melhor explicar este cenário, aparentemente contraditório.
A administradora do perfil @empregoanapolis, Suzane Ferreira, que está acostumada a divulgar diversas oportunidades diariamente, contou que a resposta para essa questão envolve diversos fatores, mas recai, principalmente, em dois padrões das empresas da cidade: os salários baixos e padronizados, juntamente com o excesso de requisitos.
“Hoje em dia, é normal ver vagas exigindo que o funcionário tenha, no mínimo, ensino superior, seja completo ou ainda cursando. Isso porque Anápolis se tornou uma cidade ‘universitária’, então, com tantos candidatos com diploma na mão, isso passou a ser quase que uma regra”, explicou.
Além disso, conforme Suzane destacou, também ocorre um acúmulo crescente no que é exigido do trabalhador, com os requisitos para o cargo crescendo a cada dia. Infelizmente, o salário não costuma companhar.
“A nossa cidade, embora tenha um custo de vida baixo, também não tem uma média salarial alta. E essa questão do salário aqui em Anápolis, é quase que padronizada. Toda empresa paga basicamente a mesma coisa”, comentou.
Com essa padronização do pagamento, a especialista deixou claro que, o que acaba realmente pesando na escolha do candidato na hora de decidir em qual empresa irá trabalhar, são os benefícios e qualidade que o local proporciona.
“Se o salário em todo lugar é igual, é óbvio que o funcionário vai ficar onde é melhor tratado, onde tem um plano de alimentação, possibilidade de crescimento, onde respeitam o horário dele”, exemplificou.
É justamente por causa disso que essas vagas, em Anápolis, acabam tendo uma rotatividade tão alta, pois, segundo ela, isso é reflexo dos trabalhadores “testando o terreno”, antes de fazer uma escolha definitiva.
“Enquanto as fábricas, as companhias ficarem tratando o trabalhador como ‘só mais um’, nunca vão conseguir que ele se mantenha no cargo, porque na primeira oportunidade ele vai trocar por algo melhor”, afirmou.
“A empresa tem que tratar o funcionário como um talento, que tem que ser cultivado. Oferecer cursos, capacitar, profissionalizar, respeitar o horário de trabalho, isso que faz ele realmente ‘assumir’ o emprego”, finalizou.
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