Rosto do atual presidente, que tenta terceiro mandato, é estampado 13 vezes no documento que os venezuelanos receberão em 28 de julho. Cédula ainda deve passar por modificações para incluir novo candidato opositor, Edmundo González.
Nicolás Maduro segura cédula de votação em programa de TV na Venezuela — Foto: Zurimar Campos / Presidência da Venezuela / AFP
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, mostrou em um programa de TV uma cédula de votação na qual seu nome e sua foto aparecem na cartela um total de 13 vezes, incluindo todos os dez espaços da primeira fileira.
A cédula é uma primeira versão da que os eleitores do país receberão no dia 28 de julho, quando votarão para presidente. Maduro, no poder desde a morte de Hugo Chávez, em 2013, tenta um terceiro mandato.
Na Venezuela, a cédula de votação possui um campo para cada partido, com as fotos dos candidatos apoiados por cada sigla. De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, a escolha da posição de cada partido na cédula segue critérios como os votos obtidos nas eleições anteriores e a data do registro da agremiação.
A primeira posição será ocupada pelo PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), do qual Maduro faz parte. Os outros partidos da coligação que apoia o regime chavista aparecem em seguida, na parte superior e à esquerda da cédula.
Maduro aparece 13 vezes em cédula eleitoral na Venezuela
Opositores barrados
A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo venezuelano, e também afetou o opositor Henrique Capriles, que já havia concorrido em outras eleições contra Chávez e o próprio Maduro.
Quem é o candidato opositor
González tem 74 anos e serviu como embaixador na Argélia entre 1991 e 1993. Também foi embaixador na Argentina nos primeiros anos do governo de Hugo Chávez (1999-2013).
Publicou diversos livros e, como membro da oposição, foi representante internacional da Mesa Redonda da Unidade Democrática entre 2013 e 2015.
Considerado um candidato discreto, um dos principais desafios de González é fazer seu nome ser reconhecido entre os eleitores em um curto prazo, apontam analistas políticos.