A tentativa era parte de um protesto dos parentes diante da falta de informação sobre os sequestrados. O protesto ocorreu na passagem de Kerem Shalom, na fronteira entre o sul de Israel e o norte da Faixa de Gaza.
O grupo exigiu que o governo israelense suspenda a entrada de ajuda a Gaza até que os reféns sejam libertados. Eles também protestaram pelo fato de que, segundo os manifestantes, os reféns não estão recebendo qualquer tipo de assistência.
“Não há medidas humanitárias para os nossos reféns que estão lá, não há visitas da Cruz Vermelha, não há comida, não há sinal de vida, não sabemos quem está vivo lá e quem está morto. Nós não sabemos nada”, disse, à agência de notícias Reuters, o ex-comandante da polícia israelense Danny Elgarat, parente de um dos sequestrados.
Durante a manifestação, os parentes dos reféns e soldados moveram espigões na estrada que conduzem os caminhões ao controle fronteiriço e ficaram em frente à passagem (veja vídeo acima). No entanto, eles foram removidos por policiais, que liberaram a circulação de caminhões.
Segundo o governo israelense, ainda há 132 reféns em poder do Hamas, entre os centenas sequestrados em 7 de outubro no sul de Israel por terroristas do Hamas.
Desde dezembro, a passagem de Kerem Shalom, que estava totalmente fechada desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro de 2023, foi reaberta apenas para a entrada em Gaza de caminhões de ajuda humanitária.
Antes disso, toda a ajuda humanitária entrava no território palestino apenas pela passagem de Rafah, na fronteira entre o sul de Gaza e o norte do Egito.
Desnutrição em Gaza
Criança palestina caminha em meio a escombros de prédios destruídos por bombardeios israelenses em Deir Al Balah, na Faixa de Gaza. — Foto: Adel Hana/Associated Press
Também nesta quinta-feira, a Unicef disse prever que, nas próximas semanas, mais de 10 mil crianças da Faixa de Gaza possam entrar em desnutrição aguda.
“Vimos muitas pessoas muito magras sentadas olhando para o espaço, parecendo perdidas”, disse à agência de notícias Reuters o cirurgião britânico Nick Maynard, que trabalhou no centro de Gaza em dezembro e início de janeiro com a instituição Medical Aid for Palestinians.
Ayadil Saparbekov, um médico da OMS que esteve recentemente no norte de Gaza, também relatou à Reuters ter visto especialmente crianças e idosos mostrando sinais de definhamento.
No início da guerra, após um ataque do Hamas que matou mais de 1.400 pessoas no sul de Israel, o governo israelense anunciou que iria cortar todos os fornecimentos de alimentos, água e energia a Gaza até que os reféns fossem devolvidos.
Mais tarde, no entanto, Tel Aviv concordou em permitir a entrada de ajuda humanitária.