Lula afirmou que, durante as viagens, o francês presenciou os esforços brasileiros para o desenvolvimento sustentável.
“O presidente Macron pôde constatar pessoalmente que o nosso compromisso com o meio ambiente não é retórico. No último ano reduzimos o desmatamento ilegal na Amazônia em 50%, e vamos zerá-lo até 2030”, afirmou.
Lula recebe presidente francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Planalto — Foto: TV Globo/Reprodução
O petista também disse que a parceria entre Brasil e França está fortalecida. Nesta quinta, os dois presidentes assinaram mais de 20 acordos de cooperação entre os países, em áreas como meio ambiente, inteligência artificial, direitos humanos e igualdade de gênero.
“O Brasil e a França estão decididos a trabalhar juntos para promover, pelo debate democrático, uma visão compartilhada de mundo”, disse.
“Uma visão fundamentada na prioridade da produção sobre a finança improdutiva, da solidariedade sobre o egoísmo, da democracia sobre o totalitarismo, da sustentabilidade sobre a exploração predatória”, continuou.
Lula também afirmou que “o Brasil rechaça categoricamente todas as manifestações de antissemitismo e islamofobia”.
“Não podemos permitir que a intolerância religiosa se instale entre nós. Judeus, muçulmanos e cristãos sempre viveram em perfeita harmonia no Brasil, ajudando a construir o país moderno de hoje.”
Lula também concedeu a Macron o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros.
No fim da tarde, o presidente francês tem um encontro com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Embate sobre guerra e acordo
Questionados sobre os entraves impostos pela França nas negociações do acordo de livre comércio entre os blocos, o presidente Lula afirmou que não é uma negociação entre França e Brasil, mas, sim, dos blocos. Ele também declarou que, se Macron tivesse que reclamar com alguém, deveria ser com a própria União Europeia e seus negociadores.
De acordo com Macron, não faz sentido defender a bioeconomia e processos de produção que respeitem ao meio ambiente, e firmar um acordo que incentivam produtos que não seguem esses padrões.
Macron reafirma oposição ao acordo entre Mercosul e União Europeia
Macron disse que o Brasil se colocou desde o início contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, e que os países estão juntos nisso, mas podem tomar posições diferentes sobre questões específicas.
Lula, primeira-dama Janja e ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebem presidente francês, Emmanuel Macron — Foto: TV Globo/Reprodução
Passagem pelo Brasil
Lula e Macron discutem preservação ambiental e se se reúnem com lideranças indígenas em Belém
Ensaio de Lula e Macron no Pará viralizou nas redes sociais — Foto: Ricardo Stuckert/PR
Na pequena bolsa de palha entregue ao presidente francês havia três camisas: uma tradicional camisa do Marajó, produzida no estado do Pará, e duas dos principais times de futebol paraenses – Remo e Paysandu.
Presidente da França, Emmanuel Macron, e governador do Pará, Helder Barbalho — Foto: Instagram/Reprodução
Nas redes sociais, os dois presidentes fizeram questão de fazer postagens conjuntas – quando a publicação aparece simultaneamente nos dois perfis, reforçando a estratégia de parceria entre eles.
Os presidentes do Brasil, Lula, e da França, Macron, durante lançamento de submarino no Rio de Janeiro — Foto: Reprodução/Canal Gov
Ainda na quarta, Emmanuel Macron foi a São Paulo para um encontro com investidores brasileiros. Brasília foi a última parada no país.
O presidente francês deve voltar ao Brasil em novembro para as reuniões da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que será sediada em Belém em 2025.