A delegação negociadora do acordo partiu para o Catar. Grupo terrorista aceitou o acordo, que foi negado pelo governo israelense.
Palestinos procuram vítimas sob os escombros de uma casa destruída em um ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 6 de maio de 2024. — Foto: REUTERS/Mohammed Salem
O grupo terrorista Hamas informou nesta sexta-feira (10) que sua delegação deixou o Egito, após participar de negociações sobre um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, e ressaltou que a decisão agora está com Israel.
“A delegação negociadora deixou o Cairo rumo a Doha. A ocupação [Israel] negou a proposta apresentada pelos mediadores, que havíamos aceitado. Consequentemente, a bola está agora totalmente com a ocupação”, disse o Hamas em carta enviada a outras facções palestinas.
O veículo egípcio “Al Qahera News”, próximo do serviço de inteligência daquele país, reportou que as delegações do Hamas e de Israel haviam deixado o Cairo após dois dias de negociações. Os esforços de Egito, Catar e Estados Unidos como mediadores dessas negociações indiretas “continuam, para aproximar as posições das duas partes”, ressaltou o veículo, citando uma fonte do alto escalão egípcio.
A proposta apresentada pelos mediadores, que, segundo um representante do movimento, estabelece uma trégua de três fases, cada uma com duração de 42 dias, e inclui a retirada de Israel da Faixa de Gaza e uma troca de reféns sequestrados pelo Hamas por presos palestinos em Israel, a fim de alcançar “um cessar-fogo permanente”.
Israel respondeu que a proposta está longe das suas exigências e reiterou sua oposição a um cessar-fogo permanente até obter uma vitória completa sobre o Hamas, que, assim como os Estados Unidos e a União Europeia, classifica como terrorista.
Tanques das Forças de Defesa de Israel (IDF) entram em Rafah, na Faixa de Gaza. — Foto: Reprodução/IDF
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que o país está ainda estudando como vai responder à proposta, mas que por ora eles vão seguir operando na Faixa de Gaza.
O gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta do Egito e do Catar está “longe das demandas essenciais de Israel”, mas que mesmo assim enviará negociadores ao Cairo para continuar as conversas sobre um acordo de cessar-fogo.