Neste domingo (18), a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, publicou uma foto do casal em suas redes sociais. Foi a primeira postagem desde a morte do marido. Na legenda, Navalnya escreveu somente: “Eu te amo”.
Mulher de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, faz primeira publicação depois de morte do marido. — Foto: Reprodução/@yulia_navalnya
Circunstâncias da morte
O Serviço Penitenciário Federal disse em comunicado que Navalny perdeu a consciência durante uma caminhada e passou mal. A causa da morte ainda não foi oficialmente informada e o governo russo afirmou não ter nenhuma informação a respeito.
Kira Yarmysh, porta-voz de Navalny, disse em um comunicado no X (antigo Twitter) que os investigadores russos transferiram o corpo de uma colônia penal no Ártico para a cidade vizinha de Salekhard, onde será examinado.
Ainda na rede social, a porta-voz afirmou que a mãe de Navalny chegou na manhã de sábado na colônia penal de Kharp. A família do opositor russo precisou esperar duas horas até que um oficial da prisão aparecesse para dizer que o corpo foi transferido para Salekhard.
A porta-voz de Navalny disse que os advogados e a mãe do opositor russo foram ao necrotério de Salekhard, mas o local estava fechado.
O advogado de Alexey e sua mãe chegaram ao necrotério de Salekhard. Está fechado, porém, a colônia garantiu que está funcionando e que o corpo de Navalny está lá. O advogado ligou para o número que estava na porta. Disseram-lhe que ele era o sétimo chamador hoje. O corpo de Alexey não está no necrotério. — Foto: Reprodução/X
Prisão de manifestantes
Mais de 400 pessoas foram detidas na Rússia enquanto prestavam homenagens ao líder da oposição russa, Alexei Navalny. Centenas de pessoas compareceram a memorais e monumentos às vítimas de repressão política no país com flores e velas no sábado (17).
De acordo com uma das maiores ONGs de direitos humanos da Rússia, a OVD-Info, as prisões foram realizadas em mais de uma dúzia de cidades russas.
Essa é a maior onda de detenções em eventos políticos na Rússia desde setembro de 2022, quando mais de 1.300 pessoas foram presas em manifestações contra uma “mobilização parcial” de reservistas para a campanha militar na Ucrânia, segundo a agência de notícias Reuters.
Policiais detêm um homem durante uma reunião em memória de Alexei Navalny perto do monumento Muro da Dor às vítimas da repressão política em Moscou. — Foto: Reuters
Líderes condenam morte
A morte do opositor repercutiu em todo o mundo, com muitos líderes globais culpando o presidente Vladimir Putin e seu governo.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou estar “profundamente entristecido e perturbado” pela morte e exigiu que a Rússia esclareça as circunstâncias do ocorrido.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, responsabilizou Putin pelo acontecido. “A verdade é que Putin é responsável. Independentemente se ele ordenou isso, ele é responsável pelas circunstâncias”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores russo disse que, “em vez de acusar indiscriminadamente, os Estados Unidos deveriam se limitar a esperar resultados oficiais da investigação médica”.