Segundo o jornal “The New York Times”, os manifestantes foram detidos na Universidade Northeastern, na Universidade Estadual do Arizona, na Universidade de Indiana e na Universidade de Washington em St. Louis, enquanto a polícia tenta conter o crescimento no número de protestos nas faculdades dos EUA.
Com isso, o número de manifestantes detidos desde o início dos protestos, em 18 de abril, chega a 700. A onda de protestos atinge algumas das universidades de maior prestígio dos EUA, como Columbia, Harvard e Yale.
Polícia detém manifestantes na Universidade de Northeastern, em Boston — Foto: Michael Casey/AP
Os manifestantes são contra a atuação de Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza — e pedem para que as instituições de ensino cortem laços com Israel e também com empresas que, segundo os alunos, viabilizam a guerra.
O epicentro desse movimento é a Universidade Columbia, em NY, onde há um acampamento de ativistas com bandeiras palestinas e mensagens de solidariedade a Gaza.
Neste sábado, na Universidade de Washington, em St. Louis, mais de 80 detenções foram feitas e o campus foi fechado à noite, de acordo com um comunicado das autoridades da universidade.
A nota, segundo o jornal “The New York Times”, acrescenta que a polícia do campus ainda estava processando as detenções.
Jill Stein, candidata do Partido Verde às eleições presidenciais de 2024, estava entre os manifestantes detidos, juntamente com o seu coordenador de campanha e outro integrante da equipe, disse um porta-voz da campanha.
Na manhã de sábado, na Universidade Northeastern, em Boston, no estado de Massachusetts, os manifestantes montaram um acampamento no Centennial Common do campus esta semana e atraiu mais de 100 apoiadores. A administração pediu aos manifestantes que saíssem, mas muitos estudantes não obedeceram à ordem de retirada.
Policiais do estado de Massachusetts chegaram ao local, ainda na madrugada de sábado, e começaram a prender os manifestantes, algemando-os e desmontando várias tendas.
Dezenas de estudantes são presos em manifestações pró-Palestina, nos EUA
Eles disseram que prenderam 102 manifestantes. Não ficou claro quantos dos presos eram estudantes. A universidade informou que os alunos que mostrassem suas carteiras de identidade universitárias estavam sendo libertados.
Por volta das 11h de sábado, a maior parte do acampamento foi liberada.
A detenção em massa em Northeastern foi a segunda repressão na manhã de sábado contra manifestantes em um campus de Boston em menos de uma semana. Na manhã de quinta-feira, policiais da cidade prenderam 118 pessoas no Emerson College depois que os manifestantes se recusaram a sair do acampamento e formaram uma barricada.
Faixa colocada em acampamento na Universidade de Columbia, em Nova York, manifesta solidariedade aos palestinos de Gaza — Foto: Stefan Jeremiah/AP
Na Universidade Estadual do Arizona, a polícia escolar prendeu 69 pessoas na manhã de sábado depois que elas montaram um acampamento não autorizado, o que viola a política da universidade.
A universidade afirmou que os manifestantes criaram um acampamento e que o grupo foi instruído várias vezes a se dispersar.
Na Universidade de Indiana, onde a polícia universitária prendeu 33 pessoas em um acampamento no início desta semana, o campus e a polícia estadual prenderam mais 23 manifestantes no sábado. As autoridades disseram que um grupo “ergueu inúmeras tendas e toldos na noite de sexta-feira com a intenção declarada de ocupar o espaço universitário indefinidamente.”
Universidades de todo o país usaram estratégias diferentes na semana passada para reprimir os protestos. Algumas recuaram e procuraram diminuir as tensões, enquanto em outras faculdades, como a Universidade do Sul da Califórnia e a Universidade Emory, a polícia correu para desmantelar acampamentos e prender estudantes e membros do corpo docente.
Em Harvard, o acesso ao seu histórico Harvard Yard ficou com acesso restrito, permitindo a entrada apenas daqueles que apresentassem carteira de identidade universitária. A universidade também suspendeu um grupo pró-Palestina, mas mesmo assim o grupo e seus apoiadores montaram um acampamento no pátio.